segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Antigo X Novo - Cidade das Luzes

Paris foi reestruturada pelo Projeto Urbanístico Haussmaniano, um plano criado para o centro da cidade, que presumia a reformulação da área com uma destruição total dos seus quarteirões. Criou-se uma estrela de 12 avenidas amplas em volta do Arco do Triunfo, com o surgimento do automóvel, do cinema e da fotografia contribuiu para um novo ‘’estado de espírito’’, brotando então a BELLE ÉPOQUE, com uma nova cidade luminosa. No final do século XIX, ela era a maior força cultural ocidental e assim foi até a 2ª Guerra Mundial.
O partido do Barão Haussmann é um projeto que destaca a cultura burguesa no século XIX. Uma cidade que cresce e se urbaniza em extensao, extravasando as muralhas. A partir da Revolução Industrial com a migração de camponeses, alcançaram à condição de metrópoles adotando novos tipos de comportamentos como o Modismo e o fetiche pela mercadoria.
Para o surgimento das passagens na cidade de Paris houveram-se condições, a primeira condição foi o comércio têxtil com o surgimento dos primeiros estabelecimentos com grandes estoques de mercadoria, esses estabelecimentos são os precursores para as lojas de departamento, essas lojas por muito tempo foram admiradas pelos forasteiros e pela população local. A segunda condição, para o surgimento das passagens foram as construções de ferro, na época o Império percebeu nessa técnica uma contribuição para renovar a arquitetura, ao mesmo tempo se têm o inicio a rivalidade entre o construtor e o decorador.
A partir do ferro surge na arquitetura um material de construção artificial. Com a invenção da locomotiva o ferro se torna um material essencial, pois o objeto de experimento, só pode ser utilizado sobre trilhos de ferro. Simultaneamente nessa época amplia-se a aplicação do vidro na arquitetura a forma do novo meio de produção, corresponde na consciência coletiva nas quais se interpenetram o novo e o antigo. Essas relações podem ser identificadas na utopia de Fourier, nas passagens Fourier viu o cânone arquitetônico do falastério.
Com o surgimento do ferro a arquitetura começa a se emancipar da arte e a pintura por sua vez fez panoramas, a difusão dos panoramas coincide com o surgimento das passagens. Os panoramas anunciam uma revolução nas relações da arte com a técnica, os artistas começam a debater o seu valor artístico. O surgimento da fotografia provoca a ruína da grande corporação dos pintores, a mesma em seus primórdios era considerada artisticamente superior ao retrato em miniatura. Em 1855 é realizada a exposição universal que foi dedicada a fotografia, para Wiertz a fotografia iluminava a pintura, com o crescimento dos meios de transporte e comunicação diminui o significado comunicativo da pintura.
As primeiras exposições universais foram realizadas em 1798 no Campo de Marte, as mesmas foram procedidas por exposições nacionais da industria, essas exposições nascem do desejo de divertir a classe operária as mesmas idealizam o valor da troca de mercadorias.O surgimento de valores e da destruição, é analisado por Benjamin fazendo da cidade e da sociedade um laboratório de análises. A mercantilização acentuada da vida é tratada pelo autor através das sutilezas e dos pequenos acontecimentos. Acompanha a mudança da própria estruturação e interpretação do tempo e projeta o cotidiano como uma dimensão heróica.
O pensamento de Walter Benjamin é voltado pra Paris, que antigamente era considerado o símbolo da modernidade. Ele considera Paris um espaço de complexidades e contradições.O autor busca a modernidade, a partir das grandes inovações de ferro e vidro que se encontra nas construções das novas galerias pelas quais a multidão se desloca. Assim como as galerias as multidões são expostas. Pela primeira vez é oferecida a leitura já que no séc. XIX o personagem principal da literatura é a cidade de Paris.
Alguns lugares são de destaque como: as ruas e lugares de encontro realçado com as reformas urbanas e com os bulevares de Haussmann.Algumas questões ficaram pendentes para Benjamin em relação a sua conciliação entre universalidade e essência. A cidade agora será observada pelo olhar de Haussmann, como um plano único.
Benjamin vê a realidade destruída, porém a qual o sujeito pode distinguir a partir de construções e fragmentos a sociedade e a cidade moderna. O autor encontra na modernidade construções de novas catedrais e guarda em seu olhar, tudo aquilo que restou de um passado esquecido.
Benjamin dava bastante atenção à tríade – sujeito, espaço e tempo.Segundo Baudelaire “Se uma composição de árvores, montanhas, cursos d’água e casas, a que chamamos paisagem, é bela, não o é por si mesma, mas por mim, por minha própria graça, pela idéia ou sentimento a que a ela associo, isso quer dizer, penso, que todo paisagista que não sabe traduzir um sentimento mediante uma composição de matéria vegetal ou mineral não é um artista. Bem sei que a imaginação humana, por um esforço extraordinário, pode conceber por um instante a natureza sem o homem, e toda a massa sugestiva se dispersando no espaço, sem um observador que dela extraia a analogia, a metáfora e a alegoria...”
“[...] mas também um gênero que chamaria de bom grado de paisagem das grandes cidades, quer dizer, a coleção das grandezas e das belezas que resultam de uma poderosa aglomeração de homens e monumentos, o fascínio profundo e complexo de uma capital antiga e envelhecida nas glórias e atribulações da vida. [...]” (Charles Baudelaire).
De acordo com Baudelaire o espaço Urbano assume a conotação de ordem geográfica e física de seus elementos, para também sugerir aspectos simbólicos e metafóricos. A grande cidade é a imagem alegórica da modernidade, novidade do século XIX, se considerar em seus aspectos de planejamento arquitetônico e urbanístico. Esses espaços são povoados por multidão de seres provenientes de diversas regiões, que tem como características principais o individualismo e a ausência de laços comunitários. As referencias sócio-culturais não mais orientam o cotidiano dos indivíduos, pois essa função foi passada a um objeto cada vez mais freqüente na sociedade Burguesa e Capitalista. Baudelaire é figura importante para a investigação da nova ordem instaurada pelo capitalismo e materializada na imagem da metrópole. Trata a arte com subserviência em relação ao mercado, para ele a cidade tinha que ser descrita com sentimento de estupor, espanto e fascínio. Sua cidade poética surge, portanto, de um lugar impróprio, do relato de cenas cotidianas em que não se acredita ser possível brotarem o sentimento.








quarta-feira, 31 de outubro de 2007

CRESCIMENTO DAS CIDADESCRESCIMENTO DAS CIDADESCRESCIMENTO DAS CIDADES

CRESCIMENTO DAS CIDADES

As cidades desde os primórdios surgiam de acordo com a expansão e a necessidade dos seus habitantes, muitas cresceram a partir de rios como as cidades da Babilônia na região Mesopotâmia, nas proximidades do Rio Tigre e do Rio Eufrates. Com o surgimento do capitalismo as cidades se tornaram cada vez mais importantes já que eram nelas que se concentravam o comércio que objetiva a troca de mercadorias e o acúmulo de capitais.

Barcelona

A cidade de Barcelona capital da Catalunha localiza-se ao longo da costa do Mediterrâneo. A sua expansão territorial também se desenvolveu a partir de um leito de rio, neste caso os rios Llobregat e Besos. Barcelona tornou-se uma cidade dividida em três áreas bem delimitadas: a serra da Collserola, o plano e os deltas dos rios Besos e Llobregat.



Londres

A cidade de Londres é um dos centros mais comuns de atrativo turístico e um ponto de conexão internacional de transporte aéreo. Seu desenvolvimento foi feito de forma circular, através de anéis , um circundando o outro. Ela é a capital da Inglaterra e do Reino Unido, tornou-se um líder internacional nas finanças, com participações direta na política, no entretenimento, na moda e nas artes. Ela é concebida como uma cidade global, uma das grandes cidades mais povoadas da Europa. Sua população é cosmopolitana, extraindo culturas e religiões de outros povos.



Xangai

Uma cidade com alto nível de industrialização e investimento na urbanização. Ela pode tornar-se a “nova capital do mundo”, situada na China o seu crescimento foi satisfatório comparado com outras cidades de mesmas características de ocupação. A taxa de crescimento se desenrolou ao longo de uma história, quase que em paralelo os dois lados da cidade. A arquitetura de Xangai é divide em dois lados: um que predomina o estilo contemporâneo e high teck, uma arquitetura inteligente, impressionante e puramente estrutural e do outro um caráter histórico.

Manhattan

Fundada em 1683, apresenta um forma de um ilha e está localizada numa baía , sua área abrange cerca de 85km² .A cidade de Manhattan é muito densa e representa dois dos três principais centros financeiros de Nova Iorque . A cidade portuária está localizada em uma ilha na cidade de Nova Iorque, onde o traçado da malha urbana foi totalmente pensado e planejado.No sentido horizontal , foi traçada as principais vias de acesso , diante do afloramento dos grandes arranha-céus .Em Nova Iorque o que se vê é a manifestação de algo subterrâneo , escondido. Para facilitar a mobilidade das pessoas foram criadas doze avenidas retilíneas paralelas no sentido Norte e Sul e cento e cinqüenta e cinco ruas orientadas Leste e Oeste .Os prédios de estilo híbridos e high tech roubam à cena frente aos quarteirões horizontalizados no centro de um plano ortogonal e arborizado. Estes edifícios verticalizados , foram um barreira ambiental e visual para o observador . Uma ponte liga a cidade ao Brooklyn, Manhattan abriga diversos pontos sociais , culturais e lazer como: Times Square, o Cental Park, o Empire State Building e o complexo World trade Center .


Roma
Capital da Itália, localiza-se na região de Lácio . Conhecida com Cidade Eterna, possui um riqueza histórica e cultural milenar. Seu tecido é cortado pelo rio Tibre , onde em seu interior encontra-se o importante estado do Vaticano, considerando a residência do Papa. È um verdadeiro Museu a céu aberto , diversas ruínas e monumentos da civilização Européia .Roma atrai diversos colecionadores e apreciadores da história , uma cidade rica em símbolos. Os monumentos da cidade são um sinal de referência que tem um significado diverso no tempo, o crescimento da cidade é voltado para os seus principais monumentos. Roma faz das cidades os pontos do seu sistema imperial, que sobrevive as invasões germânicas.


Dubai

É uma cidade caracterizada por uma alta tecnologia e infra-estrutura, marcada por gandes construções e um rico complexo hoteleiro. A arquitetura em Dubai é demasiadamente exagerada, com bastantes ornamentos e vários estilos arquitetônicos, tanto no exterior quanto no interior das edificações. As diversas formas de construções formam estilos hibridos na arquitetura. Segundo a observadora, Dubai é um lugar voltado totalmente para o turismo, com poucas perspectivas de moradia para a população local, uma cidade onde o custo de vida é muito alto. Um aspecto importante do desenvolvimento da cidade dá-se pelos aterros que são feitos em alto mar, são aterradas as regiões de áreas rasas. Em Dubai pode-se encontrar diversas arquiteturas que são marcos na representação de outros países, vistos com monumentos.
Um exemplo destacado das diversas obras apresentadas, no filme é a Palm Island, uma ilha artificial no formato de uma palmeira, um grande ponto atrativo da cidade que atrai bastantes turistas. Apesar de ser uma ilha artificial utilizou-se materiais naturais na sua construção.Como destaca a observadora do flime: “ Dentro de Dubai, um observador pode percorrer o mundo”, ou seja, uma cidade criada de extrema artificialidade, um lugar de consumismo absoluto por sua riqueza e economia do petróleo.

Berlim

A ocupação de Berlim se deu por diversas tribos que se estabeleceram nas margens dos rios Spree e Havel. O muro de Berlim é um símbolo da divisão política da Alemanha, dividindo a cidade ao meio , é a marca da divisão do mundo em dois blocos ou partes: a Berlim Ocidental que era capitalista e a Berlim Oriental socialista. O crescimento de Berlim se deu principalmente pelas questões políticas.


Rio de Janeiro

Sob o olhar de um estrangeiro, francês a cidade do Rio de Janeiro é bastante desenvolvida, por seus traçados viários, e clasifica-se numa cidade como um centro urbano muito bem desenvolvido.
Um aspecto importante ressaltado no filme, é a topografica da cidade, é caracterizada por montanhas, dentre elas as principais: o pão de açucar e o morro dos dois irmãos. Montanhas que de certa forma, dialogam com o com os arranhas céus encontrado nas cidades. Eles fazem uma espécie de conexões, possuem basicamente a mesma altura das montanhas favorecendo uma ligação da cidade como tecido urbano, com a natureza que ela proporciona de forma convidativa para os turistas que a visitam.
A cidade do Rio de Janeiro, conhecida como Cidade Maravilhosa caracteriza-se também por suas praias como a Praia de Copacabana, a mais famosa da cidade e por suas bacias hidrograficas, como a Enseada de Botafogo e a Lagoa Rodrigo de Freitas.
Outra questão abordada também é a divisão de duas “cidades” que se localizam dentro da mesma cidade do Rio de Janeiro. A “cidade” da favela, uma cidade de pobreza, onde se concentra em sua maior parte, a enorme favela da Rocinha e a outra “cidade”, mais evoluida e tecnizada com bastante de infra-estruura. Para o observador, a cidade da favela da Rocinha é bastante interessante por sua arquitetura simplificada, possui uma forma diferente de construção tipologica. A arquitetura desta “cidade” é caracterizada por corredores estreitos e comprido, alguns “puxadinhos”, (casas que nao foram projetas pra serem ampliadas, e despois de certo tempo criou-se uma ampliação inadequada). O observador, caracteriza esta como uma arquitetura bonita, uma arquietura sem ornamentos, e que atende as necessidades das pessoas que ali habitam.


Paris

Paris se desenvolveu a partir do Rio Sena, cidade que encanta pela beleza de sua arquitetura, suas perspectivas urbanas e suas avenidas. Conhecida como cidade das luzes , um grande pólo comercial, industrial, financeiro e turístico. No processo dinâmico de evolução de Paris os monumentos foram se conservando e hoje representam fatos propulsores do próprio desenvolvimento .O crescimento da Paris foi dado por partes , dando a máxima importância aos elementos primários e o seu entorno urbano. Paris tem um valor que é dado a lugares , aos monumentos e a realidade física da cidade como momento permanente de seu dever político e institucional.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Urbanidade em questão: a explosão das favelas e o crescimento chinês

O texto de autoria de Guilherme Wisnik aborda a profunda transformação do espaço territorial e a constante mudança de vida. O principal assunto levantado consiste no conflito entre o meio rural e urbano, o adensamento populacional nas grandes cidades induzindo a proliferação das favelas.
Ultimamente as cidades estão vivenciando um processo de urbanização contínua. Baseado nos dados do Programa de Assentamentos das nações Unidas pode-se afirmar que os residentes da favela representam cerca de um terço da população urbana global, estimando-se para quinze anos uma perspectiva de 50% destes habitantes nos países de Terceiro Mundo. Nestes países a alta taxa de urbanização predomina com o aumento das favelas, desvinculada ao processo de desenvolvimento econômico e industrial.
Há séculos atrás com a revolução da agricultura, pessoas do campo migraram forçadas para as cidades. Resultando na expansão desordenada das favelas e no trabalho ilegal, ambos totalmente sem organização. São formadas grandes favelas em curto prazo, dominando as cidades com sua mão-de-obra desqualificada. O crescimento urbano das cidades recebe uma nova compreensão: a de megalópole e conurbação, ou seja, devido a sua expansão territorial e populacional as cidades juntam entre si.
Estudos afirmam que esse crescimento desordenado, é considerado um fenômeno novo, quando se expande para cidades onde não possuem grandes centros industriais e oferta de emprego.
O conflito entre o Ocidente e o Oriente resulta do período da Revolução Industrial. A Inglaterra é a primeira cidade em se urbanizar e realizar esta revolução, conservando o campo da perversão da cidade. Por outro lado, a China com suas grandes áreas de campo e que sofreram rapidamente o processo de industrialização. Como exemplos verídicos da cidade de Shenzhen situada na China, uma antiga aldeia de pescadores que dentro de 20 anos foi transformada em uma cidade com mais de 10 milhões de habitantes e com grandes empreendimentos.
Dessa forma, cria-se um novo modelo contemporâneo de crescimento urbano, baseado no sistema econômico adotado e ao desenvolvimento tecnológico.

Laboratório Chinês

O texto laboratório Chinês apresenta a situação da cidade chinesa Shenzen .
“Shenzhen é uma metrópole moderna, cidade jovem vibrante, paraíso de empresários e caçadores de fortuna, chineses ou estrangeiros, mas também um deserto cultural.”
A Cidade Shenzhen sofreu profundas transformações em ritmo acelerado, sofreu o chamado milagre econômico chinês. Com a intenção de valorizar a área o governo investiu muito, para isso criou a ‘zona econômica especial”, que é uma zona que funciona como um laboratório para experimentos de adoção do capitalismo e vitrine para o mundo.
Foi na verdade um grande e acelerado investimento econômico, investiu-se muito na economia e esqueceram de investir no social e na infra-estrutura, gerando um contraste na realidade da cidade.
A área tornou-se um local de atração para imigrantes por oferecer oportunidades de crescimento.O Desenvolvimento econômico foi acompanhado pelo crescimento da criminalidade , prostituição e também pelos problemas ambientais .
Estar claro que investimentos são extremamente importantes, mas estes devem também ser voltados para outros setores, possibilitando um desenvolvimento por igual na cidade, sem que a imagem da cidade seja vista por partes, mas sim por um todo. Isso mostra bem que para tudo deve existir um planejamento, principalmente quando se trata de cidade.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Novidade em Pequim

“Nova Beijing,
Grandes Olimpíadas”
Durante séculos a cidade de Pequim situada no norte da China, foi considerada a maior cidade do mundo. Atualmente abriga cerca de 10,3 milhões de habitantes, famosa pela Cidade Proibida onde encontram-se o palácio dos imperadores chineses desde o século XV. Implantada em um nó ferroviário possui várias ligações com outras regiões como: Mongólia e o sul da China. Apesar de apresentar um caráter industrial é uma cidade que oferece um valor histórico e cultural.
A região de Pequim denuncia diversos problemas urbanos vinculados à mobilidade (sistema viário), poluição, destruição do patrimônio histórico e a grande invasão de imigrantes de outras partes do país.
Pequim foi eleita para sediar os Jogos Olímpicos de 2008, onde prevê investir 12 milhões de dólares para proteção ambiental e 30 bilhões em infra-estrutura. Uma quantidade de 300 mil casas serão construidas para abrigar os atletas e 70 novos centros esportivos em todo país. Alguns eventos serão realizados em cidades vizinhas e na cidade litorânea de Qingdao, sendo Beijing eleita a cidade sede dos jogos, deixando pra trás Toronto, Paris, Instambul e Osaka.
Muitas nações ficaram felizes com a escolha da China para sediar os jogos, porém alguns grupos independentes foram contra, argumentanto o histórico de direitos humanos da China. Para “silenciar’ esses grupos, Beijing escolheu o lema de “ Nova Beijing, Grandes Olimpíadas” com objetivo de enfatizar o movimento do país rumo a novos ideais para o novo milênio.


Projetos Arquitetônicos em Pequim
Passando por uma grande revolução devido as olimpíadas, a capital do país mais populoso do mundo Pequim, promete inovações em projetos arquitetônicos ambiciosos, que serão construídos em tempo recordes para olimpíadas, com o objetivo de superar todos os exemplos de olimpíadas superiores.
As novas obras, impressionam pela quantidade e pela modernidade. A cidade está sendo redesenhada por arquitetos estrangeiros e jamais recebeu tantos investimentos do governo em tão pouco tempo. Dentre os projetos estão: um parque em uma reserva ambiental; o Grande Teatro e o Museu de tecnologia e ciência. Para facilitar a circulação de pedestres, o metrô ganhará quatro novas linhas, com 28 quilômetros de extensão transitando pelas áreas mais movimentadas da cidade e mais de 142 hotéis estão sendo erguidos em padrão internacional.
Um aeroporto em formato de duas gigantescas letras ípsilon, que vistas do alto podem lembrar tanto o ideograma chinês, quanto um dragão, que à noite, iluminará Pequim com as cores imperiais: vermelho e dourado. Obras monumentais também como o Centro Nacional de Natação e dentre dos quinze estádios que serão construídos, destaca-se também o Estádio Olímpico de Pequim.
Todas essas obras serão construídas até o próximo ano, sem correr risco no atraso.
Estão sendo investidos também na purificação do ar, com melhoria nas emissões de gases poluentes, arborizando toda a área olímpica e também na purificação da água, além da criação de novas áreas verdes. O orçamento do custo de todo empreendimento além das instalações de infra-estrutura que serão implantadas é altíssimo.

Grande TeatroCriação de novas áreas verdes Alguns dos 15 Estádios que serão construídos São muitas as transformações, quarteirões e até bairros inteiros são derrubados na cidade provocando uma grande descaracterização do ambiente, perdendo a sua identidade, a sua história, um passado vivido ali. Uma cidade que é muito poluída, sofre problemas de devastação, o ar é um elemento fundamental nessas transformações.
Em 2003 foi criado um concurso, de projetos. O vencedor foi o escritório australiano PTW, com o projeto "Water Cube" para o Centro Aquático para as Olimpíadas. A estrutura é bem diferente desenvolvida a partir de uma bolha de sabão, uma inovação para a arquitetura. A água é um elemento fundamental no projeto e também por ser uma raridade em Pequim. O projeto do edifício tem uma forma significativa e sofisticada provocando a ilusão de que é feito de água. Cria um efeito de solidificar a água.
O Centro Nacional de Natação é o local que traz as pessoas à felicidade, alegria e todos os tipos de fantasia de estar com a água. O partido do projeto é baseado em um cubo jogado dentro de água. O Centro Nacional de natação foi desenhado para atuar como uma estufa, absorvendo radiação solar na área do edifício onde ela é mais necessária, em volta da piscina e mantendo-se ali evitando perda de calor. A estrutura do Centro Nacional de Natação está baseado na subdivisão mais eficiente do espaço tridimensional, baseado em um modelo de bolha de espuma. O elemento estrutural do prédio é feito de bolha espécie de teflon, que eliminam a necessidade de qualquer pilar ou apoio. Dentro do espaço encontram-se cinco piscinas, sendo uma com onda e arquibancadas.

Próximo a este complexo encontra-se o “Estádio Olímpico de Pequim” chamado de “ninho de pássaro” ambos axialmente relacionados. Eles mutuamente definem e se reforçam.

Centro Nacional de Natação e Estádio Olímpico de Pequim
Ainda em construção o Estádio Nacional de Pequim com 258.000 m², é a principal sede dos jogos e será palco das cerimônias de aberturas e encerramento do jogos olímpicos de 2008. Apelidado de “ninho de pássaro” devido a sua estrutura surpreendente, cruzada e entrelaçada de ferro e aço com suas vigas retorcidas semelhante a um ninho.

Estádio Olímpico de Pequim

Construção do Estádio Olímpico de Pequim











“Pequim é uma cidade cheia de contradições. Tem um dos conjuntos arquitetônicos mais sublimes do mundo, a Cidade Proibida, o complexo imperial erguido durante a dinastia Ming, há quase seis séculos e alguns dos exemplos mais desanimadores do estilo construtivo "socialista". Os projetos olímpicos correm o risco de aumentar o efeito "salada de frutas", por sua diversidade, mas certamente pertencem à escola arquitetônica do altíssimo efeito dramático.”
Crítica:
Pequim possui um orçamento de primeiro mundo, mas com problemas de terceiro. Apresenta um caráter principalmente histórico e cultural.
A sede dos jogos Olímpicos está transformando a capital da China. Essa dispõe de um grande potencial de investimento, que estão sendo desviados para a infra-estrutura, proteção ambiental, bem como construção de novos centros esportivos, e não condiz com a real situação da cidade. Um lugar que enfrenta dificuldades na sua elementar infra-estrutura, efetuar um investimento de tão grande porte para os jogos olímpicos, sendo que estes dificilmente após as olimpíadas, serão de intensa utilidade. Tal ousadia custará cerca de bilhões, gerando críticas negativas, pelos arquitetos chineses mais conservadores.
Os chineses apelidaram alguns projetos como o Grande Teatro Nacional, "O Ovo".
O objetivo de intensas modificações é mostrar e marcar para o mundo inteiro, como uma vitrine, que em toda história das olimpíadas nenhum país jamais realizou de forma tão grandiosa, gerando impacto, com projetos espetaculares, que outros paises sediados jamais tenham efetuado.
As mudanças serão efetivamente imponentes, como a construção de novas arquiteturas arrojadas e com novos estilos, podendo transformá-la em uma divergência arquitetônica, tornando a grande metrópole em uma diversidade visual confusa.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Cidade Colagem



Colin Rowe e Fed Koetter no livro Collage City (cidade colagem) publicado em 1973, desenvolveram uma das teorias urbanas de maior influência no período pós moderno. Rowe e Koetter basearam-se na pesquisa realizada pelos estudantes da Universidade de Cornell em Roma, a principal descoberta desse grupo foi que a arquitetura pós-moderna estabeleceu uma relação construtiva de “figura e fundo” na cidade, ou seja, tanto os espaços livres quanto os construídos articulam em proporções invertidas na malha urbana.
Isso ocasionou nas grandes cidades pós-moderna a importância dos objetos (edifícios, casas) onde passam a ser a figura principal com a sua verticalização. E o espaço onde estão inseridos como fundo de um cenário urbano sem vida “artificial”. Esse processo é explicado por meio de modelos utópicos baseado em princípios como: “nostálgico” e “profético”. Estes dois termos significam a relação direta com a transformação das cidades modernas.
A cidade da arquitetura moderna atrai muitas críticas e muitas formas de “interpretá-la”, a mesma pode ser considerada uma resposta simbólica ás rupturas sociais e psicológicas decorrentes da Segunda Guerra Mundial e da Revolução Russa. A arquitetura moderna também pode ser considerada uma arquitetura que procura acompanhar a evolução da sociedade, uma arquitetura que não possui um “estilo” a ser seguido.
Este teóricos Norte–Americanos, consideram a estriagem das cidades como uma colagem, ela é analisada como uma “cocha de retalhos”, onde ocorre à justaposição de imagens e ou camadas, a marcação visível do sistema viário criando uma lógica de mobilidade e articulação do espaço urbano. Esta cidade é formada por uma arquitetura moderna como a figura do Archigram, projeto idealizado pelo superstudio, fundado em 1966 pelos italianos Adolfo Natalini e Cristiano Toraldo di Francia, estes juntaram-se com Alessandro e Roberto Magris e Piero Frassinelli, e da Praça do Harlem. Ambos os projetos representam uma construção Futurista, mas com uma concepção distinta. O primeiro representa um cenário que rompe com o entorno (o privilégio do objeto em relação à paisagem - profético) e o segundo uma nostalgia.
Esses arquitetos criadores do superstudio idealizavam todas as formas física artificiais, objetos e edifícios e os consideravam dispensáveis.
A arquitetura moderna criou a utopia da cidade sem exceções, da cidade ideal. A cidade de Versalhes pode ser considerada o esboço desse design total, é uma cidade impassível, racionalmente organizada, destituída de ambigüidades onde a prevalência de idéia é irresistível. Já a Villa Adriana tenta dissimular toda a referência a uma idéia de controle total, pode ser considerada uma dialética viva dos elementos que a compõem.
Versalhes de Luís XIV e a Villa Adriana de Adriano são evidentes aberrações de psicologias completamente diferentes, esse confronto entre Luis XIV e Adriano podem ser melhor interpretados por uma citação de Isaiah Berlin, neste ensaio Berlim distingue duas presonalidades: o ouriço e a raposa. “A raposa conhece muitas coisas, mas o ouriço conhece uma grande coisa”, define uma relação com o pensamento crítico dos arquitetos modernistas. Onde a figura da raposa representa um pensamento, difuso é aquele que persegue muitos fins que são desvinculados e contraditórios. Já o ouriço é uma coerência e articulação, pode ser considerado aquele que relaciona todas as coisas a uma só noção fundamental a um sistema mais ou menos coerente.
A cidade de Versalhes é uma critica a Paris, nela estão prefigurados todos os mitos da sociedade racionalmente organizada e “cientifica” a sociedade em que não há lugar para o acidental, por isso a mesma possuía uma relação com a definição de ouriço dado por Isaiah Berlin que como já foi dito anteriormente, ouriço é aquele que “foca” em uma idéia se “ baseia” em apenas uma coisa, em algo “centralizado”
A Villa Adriana é uma Roma em miniatura, ela reproduz todos os conflitos entre peças ideais e todos os acontecimentos aleatórios que Roma exibia em profusão. A Villa Adriana pode ser considerada uma vila diversificada em que se encontra um pouco de cada lugar, um pouco da Síria, do Egito entre outros lugares , a vila atua como se fosse uma seria de recordações das viagens de Adriano, por essa sua diversificação a Villa Adriana possui uma relação com a definição de raposa que é aquele, como já foi dito, que persegue muitos afins e também possui relação com o que chamamos de colagem.
A colagem é uma composição feita utilizando diferentes materiais de diferentes origens, a Villa Adriana possui essa colagem, no momento em que possui um “pedaço” de cada lugar criando assim uma sobreposição de imagens.
Esta relação segue também na bricolagem, onde o bricoleur executa várias tarefas disfarçado de engenheiro e Le Corbusier disfarçado de ouriço, embora se comporte como uma raposa.
Dessa forma, na arquitetura moderna o processo de colagem é mais evidente na produção de Le Corbusier, que em suas obras conserva as origens do espaço e transforma com inovação o contexto com a arte.
A bricolagem – bricoleur não pode ser definido por um projeto, só podemos defini-lo por sua instrumentalidade. O bricoleur cria estruturas por meio de conhecimentos, o mesmo possuía uma relação com a definição das raposas por essa diversidade.

Cidade Colagem




domingo, 26 de agosto de 2007

A partir do séc. XVIII surge uma nova diretriz de trabalho, do manufaturado para o industrial, novas tecnologias começam a ser impladas no mercado de trabalho com a função de facilitar e agilizar a produção.
Isso ocasionou a substituição da mão de obra humana, pela máquina (máquina a vapor) resultando em uma inversão de papeis onde a máquina tomou o lugar do homem. Como foi retratado no filme Metrópolis, escrito por Fritz Lang e Thea von Harbou, baseado em livro de Thea von Harbou houve uma revolta da classe operaria devido a invenção da máquina. A criação do invento apesar de beneficiar, resultou em seguida a sua destruição.


Um novo modelo econômico de cidade começou a expandir-se. A população ficou dividida em camadas, sendo a inferior habitada por operários dividindo o mesmo espaço com área produtiva e na superfície, os burgueses (Jardim dos prazeres).
Na camada superior surge uma nova tipologia de cidade a partir de um modelo – futurismo. Este movimento artístico e literário surgiu na Itália em 1909, com a publicação do manifesto futurista que passou a influenciar diversos artistas, como o arquiteto Antonio Sant’elia.


Esse arquiteto utilizava em seus projetos novas tecnologias, como na criação da Cittá Nuova (Cidade Nova), em que rompe com a tradicionalidade e inova com passarelas e escalas monumentais

No filme Metropólis a articulação da cidade se dá por passarelas em diversos planos e elevadores utilizados por veículos e pedestres. O adensamento urbano está refletido na verticalidade da cidade, tanto nele quanto no filme o quinto elemento

Neste documentário a cidade de Nova York vive no séc. XXIII, onde a configuração do sistema viário interage com os arranha-céus. O cotidiano da população é “dividido” com a tecnologia em espaços pequenos. A cidade apresenta uma funcionalidade, apesar da sua inovação robótica.

Diferente da visão do filme o caçador de andróides em que a cidade é retratada com futurismo, mas com deficiências de funcionalidade. Principalmente na questão do desequilíbrio ambiental (aquecimento global).
No filme o quinto elemento, o caçador de andróides e metropólis a cidade é vista como uma “cocha de retalhos”, onde é dividida em camadas, a justaposição de “imagens” relembrando os retalhos. A mesma linguagem utilizada pelo grupo do Archigram.
O grupo Archigram composto por arquitetos ingleses queriam romper com a tradicionalidade criando assim uma nova tipologia baseando-se no modelo futurístico, ligando assim a arquitetura ao mundo virtual e tecnológico. Em seus projetos eles dão ênfase a uma dinâmica de articulação utilizando passarelas e circulações verticais.
A nave cidade do paraíso, do filme o quinto elemento possui uma relação tipológica com a filosofia do Archigram, ou seja, espaços compactos, mas articulados com a cidade.
Os três documentários retratavam a realidade com o domínio da ficção utilizando a tecnologia da era espacial, com a inovação de materiais recicláveis também utilizados nos projetos do grupo Archigram.